17.8.14

Conversas literárias




 - A obra aberta é um coitus interruptus.

- E uice-uersa.

- Jajajaja.



13.8.14

sessão das quatro





encho a mão de delicados
mas não acho a boca -
pílulas amargas 
para dentes escovados
e trêmulos
no escuro da água

quero mascá-las
como numa sessão das quatro
abrindo o zíper da sua calça
enquanto chupas na minha língua
o último sopro de um mentex




8.8.14

Para Lelê



em dia de terapia
escrevo poesia
os paralelepípedos da língua
não me me dizem respeito
que palavra grande
para ler pípedos
para Lelê, pípedos
tadinha de mim

em dia de terapia
escrevo poesia
controlo diarreias
verifico o regulador 
da pressão de oxigênio
e mergulho num mar de tripas
que é um pouco escrever poesia
no pão quentinho com manteiga

Billie fareja meu caderno verde
fico esperando que ela aponte
o verso que gostou
mas ela só quer comer papel
estica a pata e pede carinho
coloco a caneta entre seus dedos
e cabe direitinho
tadinha da Billie
se escrever uma poesia
levo ela comigo pra terapia




4.8.14

não precisa ninguém me dizer que esta estrada não leva a Detroit



moderno é citar que vou aqui e ali
pela estrada de I-Jucas Piramas que há lá
e alguém que pretensamente amo
com quem fiz 
que pretensamente detesto
alguém que nem sei quem é
dizer que posso trazer tudo pra cá
arrastando o México
o setting do dia
aquele em que me acovardei 
lanterna de mergulho na mão
o sentimentalismo
que não sai nem com água
por aquela Honda que vi passar

moderno é propor uma coisa
que você não vai aceitar
apostar 500 dólares no 17 preto
e sair andando à James Bond
com palavras de ênfases semelhantes
e sucesso comercial muito diferentes

moderno
é o led de tua poesia de símbolos recarregável
de eus profundos para todas as ocasiões
da mulher que eu sou 
eu e ela grandes amigas
semínimas de isqueiros bic vazios
e um só coração de 5.1 canais 
batendo em subwoofer e surround
que levamos para todo mundo ouvir na rua



2.8.14

Eu fiz Letras





Diante da banca examinadora em minha defesa de tese: 

"A fluidez heraclítica do tempo e outras mirongas na Onça-poiema de Raul Bopp."