Viro a cabeça & vejo os trilhos. Vermelhos
30.11.12
O corpo
Viro a cabeça & vejo os trilhos. Vermelhos
24.11.12
yo soy toda mi memoria
Maira,
com i sem acento, nasceu em 23 de janeiro de 1917 em Porto
Alegre, na República do Charque. Começou a escrever aos 5 anos no colo de
Oswald de Andrade, amante fortuito de sua mãe, uma líder sufragista casada e
oprimida. Participou da Semana de 22 como revelação mirim e poucos anos depois
lançou em edição limitada um caderninho artesanal de poemas infantojuvenis
mórbido-eróticos que ela dizia ser a visão do seu "Abaporu". Mário de
Andrade enfureceu-se, tomou as dores de Tarsila e expulsou-a do grupo e de São
Paulo. Traumatizada já na infância, abandonou a poesia e só voltaria a
escrever aos 72 anos. Antes disso, viveu duas décadas entrando e saindo de
comas devido a graves ferimentos sofridos na Revolução de 1930 no Rio
Grande como locotenente mascote do avô, militar getulista comandante do pelotão
que tomou o Arsenal de Guerra, e mais tarde na Segunda Guerra Mundial,
quando atuou como tenente enfermeira na retaguarda de combate aliada do Komsomol. "Foi o
surfe que me salvou", costuma dizer, emocionada. Formou-se tardiamente
em Letras durante a ditadura militar de 1964-1985 e dedicou-se à política,
participando da passeata dos 100 mil no Rio de Janeiro, onde era a de número
42.693. Decepcionada com a resistência pequeno-burguesa a regimes de
exceção, abandonou a política aos 85 anos, embora flerte gostosinho com o
anarquismo. Já no século XXI, publicou um livro de contos e poemas porque uma
alma caridosa de uma grande editora se encantou com seus textos e sua
dramática história de vida. A caridade da editora parou por aí. Maira teve 13
casamentos -- 8 desquites e 5 divórcios. Hoje vive em concubinato. Acredita
no amor, principalmente quando acaba. "Lascio le donne, e studio
la matematica." Tem poucos amigos, alguns inimigos e uma plêiade de
indiferentes, orgulha-se de todos. "Escrevo e faço muita merda, às vezes
ela acerta", diz a poeta. Inquieta, já morou em mais de 30
albergarias pelo mundo. Não possui bens, pois é contra a propriedade privada,
mesmo que lhe caiam na cabeça por herança de parente -- dissipa tudo com livros,
chocolates e a causa operária. Aos 77 anos largou as drogas, e aos 92, o
alcoolismo. Vive de suas traduções numa região arbórea remota, de onde não
sai por suas dificuldades psicolocomotivas misantrópicas. Hoje só escreve e
publica virtualmente, em sítios de literatura, acha o suporte livro uma
limitação à criatividade, e a política editorial, sanguinária e
vampiresca, mas pode ser despeito. Não é. Considerada uma lenda, por vezes até
pseudônimo, por nunca aparecer em lugar algum. Poucos a conheceram pessoalmente.
Outros acham que nem existe. Maira é grata aos seus leitores fiéis e diz que
escreve unicamente para eles e pelo dom que os deuses lhe deram de
transformar sua loucura em palavras, não em desenhos, onde ela é pior ainda.
Centenária secular, Maira não tem arrependimentos, afirma que se
tivesse de começar de novo, faria tudo diferente. "Afinal, sou de Aquário,
com ascendente em Escorpião, Sagitário, não sei que lá."
Puro algodão
17.11.12
A botica
Quando não se quer dizer nada
16.11.12
Uma coisinha estúpida que é amar você
Jogue água
Passe sabão
Esfregue
Esfregue
Esfregue
Depois enxágue
Enxágue
Enxágue
Depois passe o rodo
Passe um pano
Esfregue para enxugar
Esfregue
Esfregue
Esfregue
12.11.12
Unha festa no xardín
Τι έχει σκοτώσει το μυαλό άθικτο
Αυτός ο ήχος προήλθε από το σκοτάδι
Μπορείτε να ακολουθήσετε το μονοπάτι στην κόλαση