2.12.12

Acabes con esa molestia de una vez





O certo é que minha única curiosidade neste exato momento é observar até onde este café preto vai parar dentro de você. Como no dia em que vi você chegar. E o abacate fez tum. Meu peito aberto em melancia. A vida pedindo mais um ombro. Um colar, um torcicolo, uma jugular. O pescoço de todo mundo é assim. Com uma diferença de segundos. Não tome isso como uma vontade absoluta, eu mentiria até sem falar. É só para não deixar passar mesmo nada. O que não diminui o valor de sua boca. Seria estupidez da minha parte. Nunca tivemos gostos iguais. Olhos compostos. Qualquer coisa que dissessem modificava a sua vida. Seus pais, os amigos, o século I, o açougueiro. O que diziam os moídos dizia também o seu coração. E o que pode parecer minha amizade toda por você é apenas uma linha de coisas entre as quais estou. Uma vez ou vindo ainda. Aquela bobagem em que caímos na meia hora completa de uma noite. Só faltou datarmos as cartas. Ninguém sabe que lhe escrevi uma carta delicada como esta, que não lhe mandei. Se hábitos são o assunto, bom é ficar calada. Fumando sorrindo e cansada. Sei que um dia serei velha, mas até lá estaremos mortas. Sobraram os poetas que você citou.