4.8.15

Um minuto de fúria editada





Redes antissociais
que feira de humanidades deletérias 
palco da vergonha alheia
dos falsos amigos
de você que um dia amei demais
do intercâmbio oportunista
dos haters
dos ressentidos
dos risadinhas
fui tanto pra você
parece até a vida
que nojo
nojo de mim
tomo vários banhos por dia
me esfrego bem para ver se deixo de ser gente
tirar a craca 
dos beijos que lhe dei
dos intestinos dementes
as conferências
as conferências
as descendências
as fofoquinhas
as miserinhas
que até hoje não me esqueci
não chega a ser triste
repugna
quero minha avó
e a sua dica de um bom filme
um bom livro
do melhor pó
de você que não encontro mais
sua exposição de arte
de figurinhas repetidas
em eterno rodízio 
suas barbuletas
um anjo da guarda ardido
no esparramento de vidas pessoais
suas cartas me davam menos náuseas
a besta intelectual
a besta boçal
os cabeleireiros de versos
que fadiga de aberrações
mas o seu poema me dá esperanças
a boa intenção de suas canções
das coisas que eu preciso ouvir
quero saber o preço de um crime
que tanto tempo faz
e quando morrer
o que nada sou 
ficar sepultada 
em meu canil,
ora, vovó, puta que os pariu.