Cagai
Mijai
Soltai
todas as vossas excrescências
Amanhã
já não estareis rindo do mesmo que hoje
Que
parte de vós não há morta?
Pintai
as paredes
Pintai
o açucareiro
o
doce mel
Pintai
os bigodes dos gambás
A
primeira estrela que vier
Os
farelos de vossa bondade sobre a mesa do café
Os
acusativos plurais
Pintai
o lugar nenhum e lá me encontrareis
No
tempo onde nada acontece
E
depois de ejetadas todas as vossas entranhas
Ainda
tendes fome
Procurai
nos dejetos as almas paradas que ficaram para trás
Os
irmãos que não nasceram antes de vós e foram expurgados
Olhai
bem para a vossa merda na calmaria destas águas
E
vereis o vosso rosto ali
Agarrado
aos próprios pedaços
Uma
craca a mais no ventre da jubarte
Quereis
um lugar no meio deste pântano
Ora,
vede, o lodaçal está cheio
e o
Pacífico, sereno
Por
um momento vos confundis comigo
E
eu, que nunca tinha ouvido os Beatles, cantarei Besame Mucho