24.9.16

O sétimo dia




Cagai
Mijai
Soltai todas as vossas excrescências
Amanhã já não estareis rindo do mesmo que hoje
Que parte de vós não há morta?
Pintai as paredes
Pintai o açucareiro
o doce mel
Pintai os bigodes dos gambás
A primeira estrela que vier
Os farelos de vossa bondade sobre a mesa do café
Os acusativos plurais
Pintai o lugar nenhum e lá me encontrareis
No tempo onde nada acontece
E depois de ejetadas todas as vossas entranhas
Ainda tendes fome
Procurai nos dejetos as almas paradas que ficaram para trás
Os irmãos que não nasceram antes de vós e foram expurgados
Olhai bem para a vossa merda na calmaria destas águas
E vereis o vosso rosto ali
Agarrado aos próprios pedaços
Uma craca a mais no ventre da jubarte
Quereis um lugar no meio deste pântano
Ora, vede, o lodaçal está cheio
e o Pacífico, sereno
Por um momento vos confundis comigo
E eu, que nunca tinha ouvido os Beatles, cantarei Besame Mucho