30.9.19
20.9.19
Vale das Graças
Amanhã é o dia em que atendo freiras
no meu salão de belezas conventuais.
Uma suave lâmina no buço,
no pelame do Vale das Graças.
Após bóreas drenagens linfáticas,
a bosch para cortes de precisão.
Elas imploram pela vida
no mugido dos carros de boi,
como um cão que late
Deus pela garganta.
Deus pela garganta.
14.9.19
Katana-me
Não quero saber se são 10 horas 13 ou 23. Se é sábado terça domingo. Se aqui em volta é Petrogrado Rio ou Abbeville. Se leem ou não leem. Se fodem ou não fodem. Se a gente é boa ou escrota. Se pela manhã tomo café ou um E. Se é boa de cama ou magma pastoso. Se penso que publicar diários é se dar importância demais. Se jamais me releio e escrevo para matar palavras sentimentos e dar a descarga.
Leio mais do que fornico. Ando tão ausente que numa conversa presencial me pego não entendendo metáforas. Meu cérebro só capta o escrito. De tal forma que meu grande amor é uma mulher-livro, um livro trans, posso até dizer.
"Você ainda tem tempo. Por que não aproveita melhor o que lhe resta?"
Ela sabe das coisas, não nesse caso, quem sabe.
Mas sempre dou ouvidos a uma mulher que reconhece o cheiro final do gás.
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