Gosto de cada víscera do meu
corpo.
Abraço meu estômago quando ele me
fala.
Quando ronca como um bebê no meu
colo.
Se o coração acelera e me chama,
vou com ele.
Intestinos tristes desabafam.
Ouço pacientemente.
O fígado briga com o cérebro.
Saio de casa.
Meus ovários sentem saudades
suas. Volto para casa.
Deito na cama toda rins, baço e pâncreas.
Meu útero suga seus vasos
sanguíneos.
Nossos pulmões soltos pelo
quarto.
Guardo tudo em mim
E chego por último no fim do que
não tem nome.