17.6.14

Um trem com hora marcada




Estamos sempre nos plagiando. 
Contínua e diariamente. 
Na vida e na literatura
do que vive e escreve
o outro um dos seus. 
Numa emoção barata ou 
num fiapo de pensamento
do quarto ao banheiro e corredor. 
Como um trem com hora marcada 
para o trabalho ou para a guerra, 
de manhã é o mesmo café com pão. 
Você finge examinar o motor
e as regras da gramática.
Você olha para o céu copiado. 
Sabe que só vai encontrar lá
uma duas ou três coisas da lista. 
Você tica 
e tudo em volta 
dentro de você 
confirma o esperado.
É a calma. 
Você assina e segue adiante. 



Estamos sempre nos plagiando. Contínua e diariamente. Na vida e na literatura do que vive e escreve o outro um dos seus. Numa emoção barata ou num fiapo de pensamento do quarto ao banheiro e corredor. Como um trem com hora marcada para o trabalho ou para a guerra, de manhã é o mesmo café com pão. Você finge examinar o motor e as regras da gramática. Você olha para o céu copiado. Sabe que só vai encontrar lá uma duas ou três coisas da lista. Você tica e tudo em volta dentro de você confirma o esperado. É a calma. Você assina e segue adiante. Contínua e diariamente do quarto ao banheiro e corredor. Um trem com hora marcada para o trabalho ou para a guerra é a calma. O céu copiado numa emoção barata finge examinar o motor dentro de você e sabe que só vai encontrar lá regras de gramática. Você tica um fiapo de pensamento e escreve o outro um dos seus. Estamos sempre nos plagiando do que vive e escreve o esperado.