Quem disse que para fazer um poema há-se de transpirar?
Sente aí, vou fazer um agorinha mesmo para lhe provar:
Ó opróbrios senzalas e céus azuis
Waly Salomão desce d'Alá, daime a luz
Um calor dantesco, perpétuo e mameluco
Se achas que vou rimar a toda hora ficou maluco,
Transviado, Finnicius Revém ou Pernambuco
Faço poesia com baços de nuvem,
o trabuco arrancado de um eunuco
etíope, drogado, sírio ou libanês,
do meu próprio bolso,
já disse isso a vocês
ah, Galileia, berço de cores escandalosas,
terra boa murmurantes e gostosas
olhai, que bela grande merda federal
vou pintar este poema nas paredes da bienal