17.10.14

Eu, nuca drogada e prostituída



Quem disse que para fazer um poema há-se de transpirar?

Sente aí, vou fazer um agorinha mesmo para lhe provar:

Ó opróbrios senzalas e céus azuis

Waly Salomão desce d'Alá, daime a luz

Um calor dantesco, perpétuo e mameluco

Se achas que vou rimar a toda hora ficou maluco,

Transviado, Finnicius Revém ou Pernambuco

Faço poesia com baços de nuvem, 

o trabuco arrancado de um eunuco

etíope, drogado, sírio ou libanês,

do meu próprio bolso,

já disse isso a vocês

ah, Galileia, berço de cores escandalosas,

terra boa murmurantes e gostosas

olhai, que bela grande merda federal

vou pintar este poema nas paredes da bienal