5.1.15

discurso de formatura





Vivam as cenouras

os abricós

a logopeia

a espermatozoa

Catulo Tibulo e Ovídio

o meu padeiro

o meu padroeiro

a semiótica da operação tradutora

os meus tapetinhos coloridos

a langue e a parole

a minha frigideira velha

o seu wilson, que vai tomar no cu

eu, que não vou reescrever nada do que escrevi

porque o senhor agora está mais morto do que eu

e o seu latinório ficou com os vermes

vivam os vermes e as cafetinas dos vermes

eu, que cago pro que escrevo

meu lupanar, que também caga

os jovens poetas, que cagam pro seu wilson

e versejam enquanto eu faço as unhas

vivam a revista da USP

as assonâncias

as marmitas de ração

a vagina magna cum laude de Mina Loy

o vou-me ego sum

as pálpebras de Narciso

meus 217 merréis no banco

translatorminimus e cia.

vivam o Nada, o Sexto e o Propércio

os macacos que me mordam

os noivos a farmácia

os subterrâneos da pós-graduação

o escondidinho de carne seca

e a conjugação do verbo viver.