18.7.15

Na fronteira do quadro





telefone:
um poeta não deve se repetir nunca. ouviu? 
jamais

e de repente os edifícios começaram a ruir

um após o outro
um por sobre o outro
em cores
a cidade se desfazia em pó
menos uma casa
a sua
deprimido não fantasia
aconteceu mesmo
cinemaScope em motion blur
havia uma mulher 
uma mulher na fronteira do quadro
você diz
venha para minha casa
aqui é seguro
as ruas já eram azuis
você na porta de casa
assiste a tudo
a mulher fala, treme, acalma
você nunca ouve a voz das mulheres
mas elas estão em seus braços
e sobraram alguns prédios de pé