16.9.16

A água salgada de Copacabana enlouquece uma pessoa




[O Journal de psychiatrie 1, 1989, pegou uns versos isolados 
de um caderno que esqueci no Hôtel le Bastart, 
juntou tudo num só corpo e publicou assim. 
Como de autoria anônima o frankensteinesque.
Errata: é Quarta Parada, o nome da funerária.
Não acreditei quando vieram me mostrar.] 







a água salgada de copacabana 
enlouquece uma pessoa
você diz não ver mais
o meu coração no que escrevo
tenha pena de mim
isso é pra lá de sofrer

o brasil é um país amaldiçoado


mortos os amigos
tiveram sorte de não ver
esse poema escondido na bananeira
fiz só pra você
pus um ovo na moita
onde está seu coração?
onde está?
ai ai meu deus
por que é que a baiana tem?

dormindo na calçada da Lobrás
feito uma amêndoa ou
na frente da funéraire coopérative  
se quiser morrer é por aqui svp
deixe-se onde está
o sistema solar se expande de 13 em 13 min
pendura a despesa
essa vontade de morrer


toda aquela água que bebi 
a água salgada de copacabana
enlouquece uma pessoa
ai ai tenha pena de mim
que de sofrer não se perde o jeito
o lampião de querosene 
esse fuso horário de Buffalo
interrompe
QUE ELA VIVE
INTERROMPe 
QUE ELA VIVE