23.4.18
22.4.18
18.4.18
A prefeita
Soube agora mesmo que você foi eleita prefeita de sua cidade. Fiquei confusa porque de forma alguma é a sua sintaxe, mas peguei-me orgulhosa de você. Mandei uma mensagem: parabéns, excelentíssima. Há um corte e estamos num restaurante, coloridíssimas. Você viajou só para vir me ver, o que não confessa mas leio. À mesa demonstro minha felicidade com palavras que não escuto e você faz aquela cara blasé tão sua, teus muxoxos, de quem pouco se lixa para sucessos. Há outra pessoa conosco e ela não importa, não fala, não existe, não tem rosto. Eu levanto da mesa e me afasto para fazer não sei bem, sabendo que vou voltar. Esperando que você me espere. Quando retorno você me esperou, sentada no chão ouve música. Ainda é o restaurante. Estamos de saída. A conta são três folhas azuis com várias determinações e preciso assinar cada via nas muitas linhas assinaladas – não entendo direito o que está escrito. Ainda há um sentimento atrapalhado entre nós, como sempre houve. Não sei para onde fomos quando acordei.
14.4.18
E vou
Às vezes,
quando olho para certas pessoas, mesmo desconhecidas,
vejo nítidas em seus rostos as feições de seus pais ou de
suas mães, os quais nunca vi na vida, nem por fotografia.
Uma sensação desconcertante me impele ao afastamento.
E vou.
12.4.18
Três
há 3 carros na porta de minha casa
o símbolo 3 significa
que vieram levar o meu corpo
olho na janela
o homem da parabólica
o homem da vidraçaria
o homem que olha para a janela
o gato escondido na caixa d'água
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