18.4.18

Quando acordamos






Sonhei agora mesmo que você foi eleita prefeita de São Paulo. Fiquei surpresa porque de forma alguma é a sua sintaxe, mas peguei-me orgulhosa de você. Mandei um telegrama: parabéns, amore. Há um corte e estamos num restaurante, coloridíssimas. Você viajou só para vir me ver, calculo. À mesa demonstro minha felicidade com palavras que não escuto e você faz aquela cara blasé tão sua, teus muxoxos, de quem pouco se lixa para sucessos. Há outra pessoa conosco e ela não importa, não fala, não existe, não tem rosto. Eu levanto da mesa e me afasto para fazer não sei bem, sabendo que vou voltar. Esperando que você me espere. Quando retorno você me esperou, sentada no chão ouve música. Ainda é o restaurante. Estamos de saída. A conta são três folhas azuis com várias determinações e preciso assinar cada via nas muitas linhas assinaladas – não entendo direito o que está escrito. Ainda há um sentimento atrapalhado entre nós, como sempre houve. Não sei para onde fomos quando acordamos.