5.1.13

Un coup de dieu



Vamos pôr um gim à guerra! Eu já começava a ficar comigo pra você. O taxista pulou os olhos no retrovisor. Não sei quem é. Cochichei uma coisa bem pior no seu ouvido. Engasguei: os que já viveram demais têm muita saliva na boca. Ainda faltava chão para avistarmos o pacote do nosso prédio. Não fosse aquele, seria outro. Antes de me matar quero comer um tomate! Um tomate do pensamento de um tomate. Ai, las! tan cuidava saber d'amor e tan petit en sai! Amanhã começo um romance social. Ele já está pondo a cabeça no meu caminho. Antenin Artaus e a sua lenga-lenga de poeta maldito esfaqueados pelas costas em Marseille. A voz de cristal se rompe e o cloral escorre. Eu não quis acreditar que a garrafa ainda estivesse cheia. Essa água toda é chuva? O carro era um barco na avenida alagada, um núcleo, um piparote no núcleo de um círculo de água. O Reno quando sobe nas noites de domingo. Yvette e Marie esguicham, Que merda, nós não trouxemos capas. Nem literatura. Nem nariz postiço. Olhe só isso! Os pneus batendo na minha cintura. Dentro da cor, eram rodas de bonde cortando meus braços. Vinhetas de Manet. Acordei qualquer coisa e me virei pro lado aborrecido da cama. Você ficou lendo Como amanhar chocos. Acho que já dizia o suficiente.