durmo 3 horas por dia em horários aleatórios quando bate o cansaço e meus músculos pedem misericórdia
sentada na frente da casa arruinada pelo homem vigio pôr sol lua escaramuças de nuvens e sombras todos os acessos ao norte sul leste oeste de onde vêm fumaça perfumes uma ak sempre no colo 3 rotts ao meu lado a comida que preparo na bolsa térmica
observo pássaros e seus cantos planto enxerto molho tudo é primavera no meu sangue
se o sono me tortura entro na tenda de dois lugares os cães acordam com meu ressonar e sabem que é chegada a hora de eles caçarem o que há para ser caçado
a arma dentro do saco de dormir a água fresca poemas impressos
um soneto estudantil basta para me acalmar e à cantilena das corujas
tempo de acordar rastejo até a pedra de observação
meu ofício é cuidar vigiar proteger nutrir
não ouvir uma palavra mas ler todas
aqui não há por onde entrar sem que eu não veja
nem pelas páginas dos livros
esboços ou croquis
esboços ou croquis
movediças
ficção e realidade sei bem
são terras diferentes
da minha emboscada
do pó dessas botas de mulher
a eletricidade sobe pelo meu corpo
trocamos tiros
trocamos tiros
chamo vida