21.9.13

[fica com meus cães]




a torneira enche o balde

desencorajo o corpo e

não olho o dia pela última vez

o rosto seco

nem lembro do primeiro

na mesa, escuta bem: se algo

acontecer comigo, fica com meus cães

será o poema

por mais que não o faças

tomo certa distância

do gesto que me impus

como uma rima

rente ao pescoço

nem profunda nem leve

foi ela que pediu para me ver

quando chegar, vai tomar o corpo nos braços

e dizer que nós

esta cidade


sinto-me em casa agora