11.2.15

Oração a Yoko Ono


Que bonitinho o Kobo na mesa de cabeceira quando acordo de manhã. A luz do abajur o atinge em cheio e saboreio sua forma e a de seus companheiros de noitada, minha pequena unidade de combate. Yoko Ono está dentro do Kobo. Do lado de fora dois ókulos, um relógio, pastilhas para garganta, alprazolam, lanterna led, um kanivete para defesa pessoal não sei kontra o que ou kontra quem, um deskongestionante nasal, o rádio de pilha azul sobre uma pilha baixa de livros. Maço e isqueiro. Sem falar na kaneta da loja de ferragens kom que escrevo agora. Yoko dentro do Kobo. É uma generosa mesa de kabeceira. São 8 horas e nem quero saber do sol nascente. Mas um dia nasce. Demos graças. O planeta está no mesmo lugar. Meu korpo no enkaixe certo. E Yoko dentro do Kobo. Vou dar-lhe um aloha kom uma peça que fiz ontem à noite antes de dormir. 


............... hein?

Tá no Gantois.

E............ hein?

Tá no Gantois.

............... hum?

Tá no Gantois.

................ ai?

Tá no Gantois.

................ oi?

Tá no Gantois.

................ hein?

Tá no Gantois.