Escrevo para alguém.
Para você.
Para o meu prazer.
Para o ar que passa entre minha mão e meus miolos.
Adicione talvez em cada frase que digo.
Leve ao forno.
Sirva morno.
Escrevo para expulsar mesênquima e parênquima.
O ateneu.
Ricardo III.
Escreves o teu nome nesta medalha para eu te reconhecer.
Há quem escreva para a frente.
Eu giro em círculos e nossos desfechos coincidem.
A mesma parada às 4 da manhã para 15 minutos de café
no sopé do barranco e seguir viagem.
no sopé do barranco e seguir viagem.
Toda casa em que se pisa foi um dia um cemitério.
Um bordel. Uma igreja.
Uma câmara de sevícias.
Naquele tempo poetas aposentados usavam na lapela
um botão de rosa viva quando não faziam mais sonetos.
Escrevo para o teu corpo.
Para colocar palavras na tua boca, o navio que me trouxe ao futuro.