Non
podría ter un día máis perfecto para unha festa no xardín.
A lua cheia
sem uma nuvem. Os homens nos grupos de busca.
O barco
se aproximando de Tipasa.
Vai
explodir em 15’ 14”.
Daí ela
pensa no futuro e nas amígdalas.
O que
causa o futuro?
Como
acabar de vez com ele?
Unha
anestesia xeral pola mañá.
Um
minuto antes de os espondeus se transformarem em patas,
ela me
pede que verta o Canto 47 para o grego. Sem decantar.
Τι έχει σκοτώσει το μυαλό άθικτο
Αυτός ο ήχος προήλθε από το σκοτάδι
Μπορείτε να ακολουθήσετε το μονοπάτι στην κόλαση
Não é “o que matou”, é “o morto”. Olha, eu não completei o curso
e também você pediu sem decantar. O honorável Brer Rabbit era cropofílico, não
vai abrir o túmulo pela traição de uma merdinha à toa. Napoleônico não é o meu
modelo de vida. Você acha?, ela suspira. Vê a maré baixar e já não consegue
dizer uma palavra. A língua grossa de pelos. As velas tremulam em minha mesa
esperando não sufocar. Impacientes hoje. Interpreto seus grunhidos tão
conhecidos: Me sinto tão só. De uma solidão entalhada na natureza. De uma
corrente com bola de ferro. Ela recosta, suas garras imortais raspando o verniz
da arca. Logo estará falando da infância nos pântanos de Calcutá, atravessará
uma porta e quando voltar será o presente de novo. Uma mulher. Um verão quente
em Pequim. Eu descanso os ouvidos. Estamos salvos. Ela não quer a minha morte,
acha que eu não preciso morrer porque de certa forma já estou morto. Mas sou
capaz de farejar a sua fome. A maldição sob os pensamentos mais leves. O fogo
subterrâneo da palha. Não me pergunto sua idade. Para mim tem seis meses, o dia
em que a conheci. Sem tempo, sem amigos, sem perguntas. Todas já lhe viraram as
costas. Andamos juntos os dois. Faço o que ela pede, manda ou roga. Não imponho
condições, nem ajusto parágrafos em minha mente. Inútil dizer por quê. O boi
avança cego para o matadouro. Ou para as estrelas. E um dia começa a cantar.