25.1.14
O arenque
Não há nada mais irritante do que linguinha mole no mamilo.
Vou lendo todos os livros de Auster e não entendo por que continuo.
Rabada com garfo de plástico e polenta é o prato do dia.
A única opção do cardápio, o único bar em 20 quilômetros.
Não gosto mas vou comendo.
Linguinha mole, Auster e rabada com polenta
são coisas que um dia temos de enfrentar na vida.
O vento quando bate esfria o mamilo molhado demais.
Para esquentá-lo um dawamesk com café forte.
A montanha ao lado libera íons positivos e me energiza outra vez.
Olho para o céu e procuro o ozônio da revolta de John dos Passos.
A esta altura a rabada já apodrece no meu intestino.
Explodindo com muito estilo, não brilha como o arenque.