29.9.14

Olívia




A morte faz farinha à meia-noite. 
Ando sem estômago.
Não existe coragem
para abandonar o corpo.
A cama dói demais.
O vão da escada é cubista.
Você na moldura está com Chopin?
Preciso trocar de óculos.
De um vinho branco gelado.
De dois não sei o quê.
Falar uns palavrões protocolares.
Depois datar e carimbar.
Descer a rua Santo Amaro
para ver até onde vai o exagero.
A morte faz carinho à meia-noite.
Você nem imagina.
Olívia.