3.6.15

[fique]






O som do vento nos eucaliptos

O som do vento no bambuzal


A folha que balança sozinha no ar parado


O som do vento por baixo da porta


Não precisa chamar o médico


O vento é mesmo assim


Tem som de lençol seco


Tem som de lençol molhado


De areia atritada por passos


De areias vazias arrastadas


O vento nas vogais abertas


O vento nas vogais fechadas


Pega os papéis de minha mão


e os leva consigo para longe


Não precisa apanhar 


O vento que abafa o que digo


não é o mesmo ar que respiro


Não precisa chamar o médico


Fique e beba comigo


Toque baixinho a palha do garrafão