O som do vento nos eucaliptos
O som do vento no bambuzal
A folha que balança sozinha no ar parado
O som do vento por baixo da porta
Não precisa chamar o médico
O vento é mesmo assim
Tem som de lençol seco
Tem som de lençol molhado
De areia atritada por passos
De areias vazias arrastadas
O vento nas vogais abertas
O vento nas vogais fechadas
Pega os papéis de minha mão
e os leva consigo para longe
Não precisa apanhar
O vento que abafa o que digo
não é o mesmo ar que respiro
Não precisa chamar o médico
Fique e beba comigo
Toque baixinho a palha do garrafão