21.4.15

vento calmo



Amarro meu tênis. 
Minha cara virada para a terra.
Ruído de lua. 
O teu poema é um disco voador. 
Não consigo ver. 
Não consigo acreditar. 
Aquele poema dentro de um caixão fechado à marreta. 
Não consigo abrir.
Não consigo gostar. 
Aquele do totem de ontem.
Horrível.
Precisarei do amuleto do carneiro.
Do Bote da Languidez de Balmont.
Rumor de braços.
Despedimo-nos. 
"Frida no meu dark everything é que não vai entrar."
Sorrimos. 
"Pois eu queria conhecer o começo da vida."
Sorrimos.
Vento calmo.
Antes de alcançares o portão da minha casa, 
estarei olhando para o centro do mundo.
São só dois andares.