Por algum motivo eu
inchava.
Por algum motivo eu
sabia que inchava o que estava inchando e não caberia mais ali dentro.
Serio cuspido ou
asfixiado pela corda presa que minhas mãos moles mal alcançavam.
Eu crescia sem parar,
não me reconhecia mais.
Eu sou isso. E o
depois. É o que eu sou.
Era hediondo.
Tinha espasmos, abalos
de fuga, girava, batia nas paredes para descolar-me.
O que fui não voltava
a ser como antes.
Por algum motivo
comecei a ouvir. Ruídos. Dentro de mim e lá de fora.
A perceber na escuridão
sua claridade embaçada. Movediças.
Por algum motivo eu
sabia que muito além eu saberia o que estava fazendo aquilo comigo.
E com isso senti
circular-me por dentro um frio ruim que me obrigaria a defender-me
quando eu parasse de
crescer, e onde estivesse.
Onde estivesse.