1 poema de Alberto Blanco
O fim das etiquetas
A mosca se levanta da mesa
e domina os quartos até o teto,
atravessa pontualmente o corredor
que comunica o mar com o espelho.
Penetrante na luz é o seu zumbido
Uma bolha a mais dentro da água...
navegando descobre entre os botes
a borda iluminada da toalha.
O fundo é sujo, o que ela vê, claro:
esta vida que flutua vacilante
com ar de papel, branco de luz,
já não lembra nada das palavras.
(Tradução Maira Parula.)