26.9.12

1 poema de Alberto Blanco



O fim das etiquetas 

A mosca se levanta da mesa 
e domina os quartos até o teto, 
atravessa pontualmente o corredor 
que comunica o mar com o espelho. 

Penetrante na luz é o seu zumbido 
Uma bolha a mais dentro da água... 
navegando descobre entre os botes 
a borda iluminada da toalha. 

O fundo é sujo, o que ela vê, claro: 
esta vida que flutua vacilante 
com ar de papel, branco de luz, 
já não lembra nada das palavras. 



(Tradução Maira Parula.)