26.9.12

2 poemas de Gerhard Rühm



Soneto


primeira estrofe primeiro verso 
primeira estrofe segundo verso 
primeira estrofe terceiro verso 
primeira estrofe quarto verso 

segunda estrofe primeiro verso 
segunda estrofe segundo verso 
segunda estrofe terceiro verso 
segunda estrofe quarto verso 

terceira estrofe primeiro verso 
terceira estrofe segundo verso 
terceira estrofe terceiro verso 

quarta estrofe primeiro verso 
quarta estrofe segundo verso 
quarta estrofe terceiro verso


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OFÉLIA 


ofélia tem sede 
ofélia tem sede 

ofélia bebe um copo de água 
ofélia bebeu um copo de água 
ofélia bebe um copo de água 
ofélia bebeu um copo de água 
ofélia bebe um copo de água 

tudo é azul 
tudo é azul 
tudo é azul 
tudo é azul 

ofélia vai chorar 
ofélia vai chorar 
ofélia chorou 


ofélia 

tudo é azul 
tudo é azul 
tudo é azul 
tudo é azul 

água fria 
água fria 
água fria que ofélia bebeu 

tudo é azul 
tudo é azul 
tudo é azul 
tudo é azul 

faz calor 
faz calor 
faz calor 

ofélia vai banhar-se 
se despiu 
se despiu  

ofélia vai banhar-se 
se despe 
se despe 

a água está quente 
a água está quente 

água quente 

ofélia se chama ofélia 

se despiu 
se banhou 
se despiu 

chuva 
chuva 
chuva 
chuva 
chuva 
chuva 
chuva 
chuva 

ofélia vai se afogar 

ofélia corre e o suor corre pela pele 
ofélia corre e o suor corre pela pele 
se afoga 
ofélia corre 

ofélia corre 
ofélia corre 
ofélia corre 
e o suor corre pela pele 

tudo é azul 
tudo é azul 
tudo é azul 
tudo é azul 

ofélia se afogou 

não chove 
não chove 
não chove 
não chove 
não chove 
não chove 
não chove 
não chove 

ofélia é uma nuvem 
ofélia é uma nuvem 


(Tradução Maira Parula, publicada originalmente 
no meu blog  Prosa Caótica em 2003.)