Karl Krolow
Eu vejo de outro modo
Eu vejo de outro modo:
as palavras são resíduos
do capitalismo.
Não creio.
Digo neve, e sinto
o inverno de 1929 na boca.
Água, digo, afogando-me
outra vez no mar do Norte.
Fogo: uma de minhas mãos
continua ardendo desde
a última guerra.
Digo liberdade, e continuo sem saber
o que digo.
(Tradução Maira Parula, 2003.)